Trave ‘sobrevivente’ do incêndio de 1958 será imortalizada no Noroeste

Historiador Luciano Dias Pires exibindo o manto alvi-rubro
Foto: Bruno Freitas / EC Noroeste
Há 58 anos a cidade de Bauru presenciava um de seus episódios mais tristes no esporte.  Quase 20 mil torcedores noroestinos presentes no antigo estádio Alfredo de Castilho, situado na época na rua Quintino Bocaiúva, perto da avenida Duque de Caxias, presenciaram a casa do Esporte Clube Noroeste ser consumida totalmente por um incêndio sem precedentes na história do futebol brasileiro.


Essa história continua viva na memória do torcedor e a diretoria do Noroeste lança agora o projeto Memorial Trave de Ouro, que irá construir um espaço dedicado ao fato ocorrido em 23 de novembro de 1958. O monumento que ficará exposto será a trave da antiga casa do Norusca, único objeto que restou inabalado pelo fogo e que ficará imortalizada num espaço construído entre a entrada principal do atual estádio Alfredo de Castilho e as arquibancadas.

“O Memorial Trave de Ouro é sobretudo uma forma de homenagem aos inúmeros bauruenses e noroestinos que se desdobraram naquele dia para que a tragédia não fosse ainda maior. 


Amostra do Memorial Trave de Ouro
Foto: MDL Construções

Graças ao esforço dessas pessoas, vidas foram salvas. No momento em que buscamos o apoio de nossos torcedores, a atitude e o espírito de luta daqueles que o combateram o incêndio é a melhor representação do que hoje o Noroeste necessita. Desta forma, conseguiremos em breve, juntamente com o programa Sócio-Torcedor Avante Noroeste, levar o Norusca onde ele merece estar”, explica o presidente Estevan Pegoraro. 

O dirigente ainda informou que o plano Trave de Ouro está conectado com programa sócio-torcedor, podendo assim, o empresário cadastrar também seus funcionários e os filhos dos colaboradores no plano corporativo.

O INCÊNDIO

A assessoria de imprensa do Noroeste, juntamente com o jornalista e historiador Luciano Dias Pires, editor do Bauru Ilustrado, que estava presente naquele fatídico 23 de novembro de 1958, gravaram um mini-documentário de oito minutos contando em detalhes e com várias fotos como ocorreu o incêndio. O vídeo pode ser assistido na WebTV Noroeste, canal do Norusca no Youtube (digitar Noroeste Vídeos no ‘pesquisar’) ou no site www.ecnoroeste.com.br.


Imagem do antigo estádio Alfredo de Castilho incendiado
Foto: Bauru Ilustrado

“O antigo estádio foi reformado e adaptado em 1953. Naquele ano a Federação Paulista de Futebol mandou um ofício ao Noroeste exigindo que o clube apresentasse capacidade no estádio para receber 20 mil pessoas, ou perderia sua vaga. Com a ajuda do general Marinho Lutz, diretor superintendente na época da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, juntamente com uma equipe de engenheiros e funcionários ferroviários, em apenas 10 dias, construíram um anexo de arquibancadas de madeira que passou a atender pouco mais de 20,4 mil torcedores”, conta Luciano Dias Pires, que participou, como jornalista e colaborador do Noroeste, de todas as tratativas da construção e sua repercussão. “Todos trabalharam, em turnos, 24 horas por dia para entregar o estádio dentro do prazo”, reforça.

Ainda segundo Luciano Dias Pires, em 23 de novembro de 1958, o Noroeste recebeu em casa o São Paulo, que brigava pelo título ponto a ponto com o Santos. Era uma tarde muito quente. O São Paulo tinha um time fortíssimo, com Poy, De Sordi, Mauro e Riberto; Dino e Vítor. Maurinho, Juracy, Gino, Canhoteiro e Roberto. 

O Noroeste também se apresentava com uma boa equipe, formada por Julião, Pedro, Pierre e Fernando; Diógenes e Gaspar; Batista, Wilson, Berto, Nestor e Ismar. A grama que ficava debaixo das arquibancadas, na parte da geral, estava seca, e foi constatado depois, ainda segundo Luciano Dias Pires, que alguns torcedores deixaram bitucas incandescentes de cigarros caírem sobre as frestas dos acentos e isso ocasionou um grande incêndio. 

O árbitro argentino Juan Brozzi suspendeu a partida aos 25 minutos do primeiro tempo e todos os quase 20 mil torcedores, entre eles mulheres e crianças, deixaram o local apavorados. Felizmente, ninguém morreu ou ficou gravemente ferido. A única perda foi mesmo o patrimônio noroestino.


Estádio do Noroeste completamente lotado
Foto: Bauru Ilustrado

Naquele ano, em um campeonato Paulista com 20 times, o São Paulo foi vice-campeão, com 60 pontos, atrás apenas do Santos, com 64 pontos e um recorde de 143 gols em 38 partidas, e com um Pelé adolescente, que chamou atenção de todo o País e da Seleção. O Noroeste terminou na 10ª colocação, com 40 pontos.

Quem assina o projeto é o arquiteto Edmilson Queiroz Dias, atual secretario de planejamento do município. Segundo Edmilson “é com muito orgulho e um prazer imenso que recebemos esse convite da diretoria do Noroeste. Poder desenvolver um projeto como este é um presente que só tenho a agradecer. Como Noroestino, poder contribuir com a história do clube é realmente algo muito prazeroso, espero que os empresários de Bauru se sensibilizem e apoiem essa iniciativa, pois o memorial será feito com muita dedicação e carinho.”


PARTICIPE, EMPRESÁRIO

Algumas empresas já começaram a participar como patrocinadoras do Memorial Trave de Ouro. “Estamos contatando os empresários que têm identificação com a cidade e com o esporte para que abracem este importante projeto. Todos podem e devem colaborar. 

Temos plano de marketing que atenderá todas as marcas. Interessados podem enviar e-mail para imprensa.noroeste@gmail.com que nós entraremos em contato para analisarmos juntos a melhor opção para cada colaborador”, complementou Pegoraro.

Texto: Bruno Freitas / EC Noroeste


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