Com presença de pentacampeão Edilson, Arena Tokyo promove partida beneficente
Redação TNRB
Tricampeão Paulista, tetracampeão brasileiro e pentacampeão mundial. Estes são alguns dos títulos que fazem parte da trajetória campeã do atacante Edilson, o "capetinha", ex-jogador de grandes equipes do Brasil e também da seleção brasileira.
Fernando Nishihara (à esq) idealizador da partida beneficente, e Edilson, ex-atleta de equipes como Palmeiras, Vasco, Flamengo e Corinthians, além da seleção brasileira Foto: Edielson Pereira/TNRB |
Tricampeão Paulista, tetracampeão brasileiro e pentacampeão mundial. Estes são alguns dos títulos que fazem parte da trajetória campeã do atacante Edilson, o "capetinha", ex-jogador de grandes equipes do Brasil e também da seleção brasileira.
O jogador está em Bauru, onde, na tarde deste sábado (15/12), participará de uma partida beneficente na Arena Tokyo, às 14:00, ao lado de vários outros atletas, a incluir o ex-goleiro corintiano, Ronaldo Giovanelli.
Nossa equipe bateu um papo exclusivo com o baiano, também famoso pelas "embaixadinhas" da final do Campeonato Paulista de 1999 contra o Palmeiras, e das canetas no argentino Javier Mascherano e no neocaledônio e ex-atleta do Real Madrid, Christian Karembeu.
Numa conversa franca, à vontade e descontraída, o ex-atleta de 48 anos falou um pouco sobre sua carreira, do seu início no Industrial (do Espírito Santo) até a chegada à seleção brasileira, das dificuldades que enfrentou na sua trajetória e do seu orgulho em poder participar de uma partida tão importante como esta, que conta com uma finalidade solidária.
Para quem talvez não saiba, Edilson, apesar de soteropolitano, deu seus primeiros passos como atleta profissional no time do Industrial, da cidade de Santa Maria de Jetibá, no Estado do Espírito Santo. A cidade que fica a mais de 1000km de distância de sua terra natal e aproximadamente 100km da capital Vitória, teve o privilégio de receber, e através do Industrial, de revelar, um jogador do naipe de Edilson. A equipe, fundada no início dos 50, fechou suas portas muito pouco tempo depois de sua passagem por lá. Parecia mesmo que estava somente esperando um dos seus filhos mais ilustres nascer para o futebol.
O ex-atleta continuou seu agradecimento demonstrando sua gratidão ao time, e disse que, se não existisse o Industrial, talvez não existiria Edilson.
Ele salientou da dificuldade enfrentada no começo da carreira. A exemplo da maioria dos atletas de futebol, não teve tantas oportunidades. Nascido em periferia, Edilson teve que viajar de ônibus para o Espírito Santo para poder tentar a sorte no esporte mais praticado do mundo. Encarou as dificuldades de ter que aprender a morar em alojamento, debaixo de arquibancada e quarto coletivo, mas que acredita que o futebol (ao lado do ensino de uma forma geral), são as duas melhores maneiras de tirar os jovens do mal caminho.
Após sua passagem por terra capixaba, Edilson retornou à Bahia e posteriormente recebeu convite para atuar no interior do Estado do São Paulo, especificamente no Tanabi Esporte Clube. Lá, o jogador se destacou, chamou atenção do observador Elicarlos (irmão do técnico Silas) numa partida contra o Comercial de Ribeirão Preto, quando marcou quatro gols, e, consequentemente, foi parar no Guarani de Campinas.
Edilson deixou exposta toda sua gratidão a Deus pela carreira bem-sucedida que vinha tendo, especialmente pela maneira como vinha sendo sua ascensão meteórica. Ele recorda de uma partida, atuando pelo Guarani contra o Palmeiras, em 1992, que o Bugre atropelou o alviverde da capital, em Campinas, pelo placar de 5 a 2.
Ele considera que aquele jogo, cujo qual fizera dois gols (golaços, diga-se de passagem), tenha sido determinante para que a multinacional Parmalat o contratasse para jogar pelo time do Palestra Itália no ano seguinte. Sobretudo, é grato também por ter tido a oportunidade de jogar no estádio da Fonte Nova, em Salvador, quintal da sua casa, e marcar o gol da vitória do Palmeiras na partida de ida da final do Campeonato Brasileiro de 1993. O título veio no jogo de volta.
O ex-jogador aproveitou para salientar que sempre procurou andar com as melhores companhias no "mundo do futebol". Disse que apesar de ser uma pessoa bem extrovertida, se considera bem seguro de si e de personalidade forte. Acredita que esse fator, aliado a interpretação do tipo de pessoa que tinha se tornado (um atleta de alto rendimento), conseguiu se manter afastado das coisas tidas como ruins que a carreira de futebolista oferece a quem está envolvido, inclusive, das bebidas alcoólicas.
Ele também prega o cuidado em torno das más companhias, com aqueles que podem agir de maneira traiçoeira ou falsa, motivadas, às vezes, por uma simples disputa por posição dentro da equipe.
Em seguida, Edilson reafirmou que a sua passagem pelo Guarani de Campinas foi de fato o grande "divisor de águas" na carreira, uma vez que a partir dali deixara de ser apenas uma promessa para se tornar uma realidade no mundo do futebol ao vestir a camisa 10 do Palmeiras e a "amarelinha" da seleção brasileira. Ele salienta também a importância de dar bom testemunho e manter a boa conduta.
Relacionado ao assunto, Edilson comentou um pouco mais a respeito da falta de noção que as pessoas, de uma forma geral, possuem acerca do profissional do futebol; de como sua família reagiu à sua profissionalização e do seu comportamento pós-fama.
Em 1994 Edilson embarcou para Portugal e foi ter a sua primeira experiência fora do Brasil. Lá, jogou pelo Benfica na temporada 94/95 e integrou o elenco que chegou até as quartas de final da UEFA Champions League (partidas diante do Anderlecht da Bélgica, Steua Bucaresti da Romênia, Hajduk Split da Croácia e Milan).
Em seguida, o atacante partiu para o Japão e foi jogar J-League pelo Kashiwa Rewysol. Identificou a diferença radical da cultura japonesa para com a brasileira, mas que mesmo assim teve rápida adaptação e um considerável sucesso no trabalho por lá desenvolvido.
Por falar em amigos, Edilson também falou a respeito da tatuagem que fez em homenagem a sua grande amizade com o ex-volante Vampeta, que de maneira recíproca, também tatuou em sua pele o nome do seu parceiro.
Edilson, que pela terceira vez participará deste jogo festivo na cidade de Bauru, reitera que se sente muito feliz e honrado em ser lembrado com frequência. Agradeceu ao Fernando (Nishihara, responsável da Arena Tokyo) e disse que sempre é bem recebido no município, onde vem construindo e colecionando cada vez mais amigos.
Ele aproveitou, inclusive, para convidar aos torcedores a comparecer à partida e colaborar com aqueles que dependem dessa ajuda.
Nome: Edilson da Silva Ferreira
Nascimento: 17 de setembro de 1970, em Salvador (BA)
Clubes que jogou: Industrial-ES, Tanabi-SP, Guarani, Palmeiras, Benfica (POR), Kashiwa Reysol (JAP), Corinthians, Flamengo, Cruzeiro, Vitória, Al Ain (EAU), São Caetano, Vasco, Bahia e Taboão da Serra-SP (além da seleção brasileira).
Principais títulos: 3 Campeonatos Paulistas (1993 e 1994 pelo Palmeiras e 1999 pelo Corinthians), 1 Campeonato Carioca (2001 pelo Flamengo), 1 Campeonato Baiano (2004 pelo Vitória), 1 Torneio Rio-São Paulo (1993 pelo Palmeiras), 1 Copa Sul-Minas (2002 pelo Cruzeiro), 1 Copa dos Campeões (2001 pelo Flamengo), 4 Campeonatos Brasileiros (1993 e 1994 pelo Palmeiras e 1998 e 1999 pelo Corinthians), 1 Copa dos Emirados Árabes (2005 pelo Al Ain), 1 Mundial de Clubes da FIFA (2000 pelo Corinthians) e 1 Mundial de Seleções da FIFA (2002 pela seleção brasileira).
Principais conquistas individuais: Artilheiro e melhor jogador do Campeonato Carioca (2001 pelo Flamengo - 12 gols), 1 Bola de Ouro da revista Placar (1998 pelo Corinthians), 1 Bola de Ouro do Mundial de Clubes da FIFA (2000 pelo Corinthians).
Gratidão ao Industrial e dificuldades do início da carreira
Para quem talvez não saiba, Edilson, apesar de soteropolitano, deu seus primeiros passos como atleta profissional no time do Industrial, da cidade de Santa Maria de Jetibá, no Estado do Espírito Santo. A cidade que fica a mais de 1000km de distância de sua terra natal e aproximadamente 100km da capital Vitória, teve o privilégio de receber, e através do Industrial, de revelar, um jogador do naipe de Edilson. A equipe, fundada no início dos 50, fechou suas portas muito pouco tempo depois de sua passagem por lá. Parecia mesmo que estava somente esperando um dos seus filhos mais ilustres nascer para o futebol.
O ex-atleta continuou seu agradecimento demonstrando sua gratidão ao time, e disse que, se não existisse o Industrial, talvez não existiria Edilson.
Ele salientou da dificuldade enfrentada no começo da carreira. A exemplo da maioria dos atletas de futebol, não teve tantas oportunidades. Nascido em periferia, Edilson teve que viajar de ônibus para o Espírito Santo para poder tentar a sorte no esporte mais praticado do mundo. Encarou as dificuldades de ter que aprender a morar em alojamento, debaixo de arquibancada e quarto coletivo, mas que acredita que o futebol (ao lado do ensino de uma forma geral), são as duas melhores maneiras de tirar os jovens do mal caminho.
Chegada ao futebol de São Paulo, ascensão e fama
Edilson com a camisa do Tanabi, seu primeiro time em São Paulo Foto: Divulgação |
Após sua passagem por terra capixaba, Edilson retornou à Bahia e posteriormente recebeu convite para atuar no interior do Estado do São Paulo, especificamente no Tanabi Esporte Clube. Lá, o jogador se destacou, chamou atenção do observador Elicarlos (irmão do técnico Silas) numa partida contra o Comercial de Ribeirão Preto, quando marcou quatro gols, e, consequentemente, foi parar no Guarani de Campinas.
Edilson deixou exposta toda sua gratidão a Deus pela carreira bem-sucedida que vinha tendo, especialmente pela maneira como vinha sendo sua ascensão meteórica. Ele recorda de uma partida, atuando pelo Guarani contra o Palmeiras, em 1992, que o Bugre atropelou o alviverde da capital, em Campinas, pelo placar de 5 a 2.
Vídeo com os melhores momentos de Guarani 5, Palmeiras 2
no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em 1992
Vídeo: Youtube
Ele considera que aquele jogo, cujo qual fizera dois gols (golaços, diga-se de passagem), tenha sido determinante para que a multinacional Parmalat o contratasse para jogar pelo time do Palestra Itália no ano seguinte. Sobretudo, é grato também por ter tido a oportunidade de jogar no estádio da Fonte Nova, em Salvador, quintal da sua casa, e marcar o gol da vitória do Palmeiras na partida de ida da final do Campeonato Brasileiro de 1993. O título veio no jogo de volta.
Melhores momentos de Vitória 0x1 Palmeiras, com gol do atacante
(gol a partir de 03:56)
Vídeo: Youtube
O ex-jogador aproveitou para salientar que sempre procurou andar com as melhores companhias no "mundo do futebol". Disse que apesar de ser uma pessoa bem extrovertida, se considera bem seguro de si e de personalidade forte. Acredita que esse fator, aliado a interpretação do tipo de pessoa que tinha se tornado (um atleta de alto rendimento), conseguiu se manter afastado das coisas tidas como ruins que a carreira de futebolista oferece a quem está envolvido, inclusive, das bebidas alcoólicas.
Ele também prega o cuidado em torno das más companhias, com aqueles que podem agir de maneira traiçoeira ou falsa, motivadas, às vezes, por uma simples disputa por posição dentro da equipe.
Em seguida, Edilson reafirmou que a sua passagem pelo Guarani de Campinas foi de fato o grande "divisor de águas" na carreira, uma vez que a partir dali deixara de ser apenas uma promessa para se tornar uma realidade no mundo do futebol ao vestir a camisa 10 do Palmeiras e a "amarelinha" da seleção brasileira. Ele salienta também a importância de dar bom testemunho e manter a boa conduta.
Edilson em partida pelo Palmeiras em clássico contra o Corinthians Foto: Divulgação |
Relacionado ao assunto, Edilson comentou um pouco mais a respeito da falta de noção que as pessoas, de uma forma geral, possuem acerca do profissional do futebol; de como sua família reagiu à sua profissionalização e do seu comportamento pós-fama.
Experiência internacional - Portugal e Japão
Jogador com camisa do Benfica, em sua única passagem pelo futebol português Foto: Divulgação |
Em seguida, o atacante partiu para o Japão e foi jogar J-League pelo Kashiwa Rewysol. Identificou a diferença radical da cultura japonesa para com a brasileira, mas que mesmo assim teve rápida adaptação e um considerável sucesso no trabalho por lá desenvolvido.
Retorno ao Brasil e passagens por Corinthians, Flamengo e Cruzeiro
Jogada de Edilson que aplica caneta em Christian Karembeu, do Real Madrid, lance eternizado em jogo no Mundial de Clubes de 2000 Foto: Divulgação |
Por falar em amigos, Edilson também falou a respeito da tatuagem que fez em homenagem a sua grande amizade com o ex-volante Vampeta, que de maneira recíproca, também tatuou em sua pele o nome do seu parceiro.
Vampeta e Edilson eternizaram em suas peles o sentimento de amizade que um sente pelo outro Foto: Divulgação |
Vitória da Bahia, Al-Ain (Emirados Árabes), São Caetano e Vasco
Canetas de Edilson, jogando pelo São Caetano, sobre Javier
Mascherano, do Corinthians, em 2005
Vídeo: Youtube
Seleção brasileira
Seleção brasileira que conquistou pentacampeonato mundial no ano de 2002 Foto: Divulgação |
Partida beneficente
Edilson em atuação pela seleção brasileira na Copa do Mundo de 2002 em partida contra a Turquia Foto: Divulgação |
Edilson, que pela terceira vez participará deste jogo festivo na cidade de Bauru, reitera que se sente muito feliz e honrado em ser lembrado com frequência. Agradeceu ao Fernando (Nishihara, responsável da Arena Tokyo) e disse que sempre é bem recebido no município, onde vem construindo e colecionando cada vez mais amigos.
Ele aproveitou, inclusive, para convidar aos torcedores a comparecer à partida e colaborar com aqueles que dependem dessa ajuda.
Dados do jogador
Nome: Edilson da Silva Ferreira
Nascimento: 17 de setembro de 1970, em Salvador (BA)
Clubes que jogou: Industrial-ES, Tanabi-SP, Guarani, Palmeiras, Benfica (POR), Kashiwa Reysol (JAP), Corinthians, Flamengo, Cruzeiro, Vitória, Al Ain (EAU), São Caetano, Vasco, Bahia e Taboão da Serra-SP (além da seleção brasileira).
Principais títulos: 3 Campeonatos Paulistas (1993 e 1994 pelo Palmeiras e 1999 pelo Corinthians), 1 Campeonato Carioca (2001 pelo Flamengo), 1 Campeonato Baiano (2004 pelo Vitória), 1 Torneio Rio-São Paulo (1993 pelo Palmeiras), 1 Copa Sul-Minas (2002 pelo Cruzeiro), 1 Copa dos Campeões (2001 pelo Flamengo), 4 Campeonatos Brasileiros (1993 e 1994 pelo Palmeiras e 1998 e 1999 pelo Corinthians), 1 Copa dos Emirados Árabes (2005 pelo Al Ain), 1 Mundial de Clubes da FIFA (2000 pelo Corinthians) e 1 Mundial de Seleções da FIFA (2002 pela seleção brasileira).
Principais conquistas individuais: Artilheiro e melhor jogador do Campeonato Carioca (2001 pelo Flamengo - 12 gols), 1 Bola de Ouro da revista Placar (1998 pelo Corinthians), 1 Bola de Ouro do Mundial de Clubes da FIFA (2000 pelo Corinthians).
Edilson, que pela terceira vez participará deste jogo festivo na cidade de Bauru, reitera que se sente muito feliz e honrado em ser lembrado com frequência. Agradeceu ao Fernando (Nishihara, responsável da Arena Tokyo) e disse que sempre é bem recebido no município, onde vem construindo e colecionando cada vez mais amigos.
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