Paula Pequeno chega a Bauru com "Fome de Bola" e fala dos novos desafios

Por Juliano Gomes
Fonte: Assessoria de Imprensa/Vôlei Bauru
Paula Pequeno durante coletiva de imprensa no Ginásio Panela de Pressão
Foto: Neide Caros / Vôlei Bauru

Bicampeã Olímpica, atleta chegou a Bauru na manhã dessa sexta-feira onde foi apresentada oficialmente no Ginásio Panela de Pressão.


Uma das principais contratações do Vôlei Bauru para a temporada, a ponteira Paula Pequeno, de 35 anos chega a cidade para encarar novos desafios em sua vitoriosa carreira, onde conquistou o bicampeonato Olímpico com a Seleção Brasileira, dentre outros inúmeros títulos.

Durante a coletiva, Paula falou do novo desafio que é atuar por Bauru e sobre possivelmente aposentar-se no Vôlei Bauru. "“Após uma carreira longa e vitoriosa, hoje o que move são nossos desafios e estar aqui encarando novos desafios é minha dose de motivação diária para dar tudo o que tenho. Me preparei para chegar bem e acredito que minha experiência possa colaborar muito e, além do lado mãezona, tem a experiência na prática e a parte física que venho cuidando com muito carinho e é o que está fazendo prolongar minha carreira. Espero me tornar uma cidadã de Bauru não só em uma temporada, mas em várias e que eu consiga superar as expectativas”, destacou a ponteira.

A jogadora ficou fora das quadras cerca de três meses onde se preparou para voltar em alto nível, Paula destacou a importância de se manter bem fisicamente. "De alguns anos para cá tive um “clique” que para continuar jogando em alto nível com essa molecada alta e jovem que está vindo aí é preciso fazer algo mais. Sinto que preciso fazer mais e uso todos os recursos necessários para deixar meu corpo alinhado e evitar lesões. Tenho certeza que isso vai me ajudar muito e, quando voltei agora para as quadras, me senti muito leve, solta e com muita fome de bola. Volto com tudo”, ressaltou a atleta.

Ainda durante o discurso, Paula comentou sobre a possível aposentadoria das quadras, já que através de suas palavras, a carreira se encaminha para o final e não descarta encerrá-la em Bauru. "“Quero poder inspirar essas meninas novas do elenco. Que elas vejam em mim algo que necessitem como motivação e prospecção de carreira e eu possa deixar um legado para elas a cada dia que passa. Espero sim ficar aqui o tempo que for necessário e bom para todo mundo, construindo e conquistando meu espaço e que isso se torne cada dia mais valioso e duradouro para, quem sabe, até encerrar a carreira aqui, o que seria muito bonito”, enfatizou Paula Pequeno, para depois concluir:

“Amo muito o que faço e tenho me cuidado muito. O dia que eu perder o amor ou meu corpo não aguentar, então, é hora de parar. Não limito a minha carreira. Enquanto estiver sentindo esse tesão, essa vontade de treinar, jogar e querer ganhar, isso é uma chama acesa que ainda está dentro de mim e estou cuidando do meu corpo para ele aguentar. Sei que estou na fase final de minha carreira e tenho até três empresas caminhando para ser uma nova fonte de renda. É preciso pensar nisso e não se pode prever quando é que se vai dar esse clique que é hora de parar. Vamos na base do amor e da saúde.”

Trajetória

Paula Pequeno iniciou sua carreira ainda muito jovem, aos 12 anos quando teve seu primeiro contato no voleibol com o ASBAC em sua terra natal, Brasília.

Paula Pequeno em atuação pela Seleção Brasileira durante Olimpíadas
Foto: Reprodução Internet 

Depois, Paula passou a atuar na seleção de Brasília, onde se destacou e foi convidada a fazer testes nas equipes Nestrlé, Pinheiros e BCN em São Paulo. A mudança para a capital paulistana ocorreu em 1997 quando passou a atuar pelo BCN e no mesmo ano se transferiu para o Nestlé onde atuou ao lado da jogadora Leila. Em 1998, aos 16 anos, Paula foi atuar no Dayvit onde conheceu o técnico José Roberto Guimarães e jogou ao lado de Ana Moser, de quem era fã incondicional.

Em 1999, Paula voltou para o BCN, que mais tarde se chamaria Finasa/Osaco e posteriormente se tornaria Sollys/Osasco, equipe que ficaria marcada para sempre na carreira de Paula Pequeno.

Foram onze anos de Osaco, onde a jogadora conquistou o tricampeonato da Superliga e o octacampeonato paulista. No Brasil, Paula atuou por ASBAC, BCN, Nestlé, Dayvit, Osasco e Vôlei Futuro, fora do país, atuou em duas ocasiões: no Zarechie Odintsovo da Rússia entre 2009 e 2010 e no Fenerbahçe da Turquia entre 2012 e 2013 onde realizou a volta para a casa defendendo a equipe do Brasília na Superliga.

Pela Seleção Brasileira, Paula Pequeno começou ainda adolescente, aos 15 anos quando treinou por seis meses com a equipe juvenil. Oficialmente, Paula estreou com a camisa "amarelinha" aos 17 anos.

Aos 18, recebeu sua primeira medalha como vice-campeã mundial. Em 2001, aos 19 anos, sagrou-se campeã mundial na categoria sub-20 e, no ano seguinte, começava a figurar na seleção principal.

Com carreira meteórica e apontada como a grande esperança do Brasil nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, Paula Pequeno se preparava para estrear na mais importante competição do planeta quando uma grave lesão no joelho esquerdo a privou do sonho olímpico daquela vez.

A volta por cima de Paula após a lesão começou com os títulos do Grand Prix com a seleção em 2005 e 2008, mas não parou por aí. O ciclo olímpico de Pequim chegava a seu final com a expectativa dos jogos no país asiático em 2008, quando as brasileiras entraram como favoritas, mas ainda traumatizadas com a derrota na final de quatro anos antes, ainda sem Paula Pequeno.

Com campanha quase perfeita, porém, o time liderado por José Roberto Guimarães não deu chance para as adversárias, perdeu apenas um set na competição e chegou à tão sonhada medalha olímpica na China. O grande destaque daquele time foi justamente Paula Pequeno, eleita a MVP dos Jogos Olímpicos naquele inesquecível ano na carreira da ponteira, que ainda marcou presença entre as dez melhores atletas da competição em três fundamentos: ataque, bloqueio e defesa.

Depois de ganhar a medalha de ouro e ser MVP nos jogos olímpicos de Pequim-2008, Paula Pequeno chegou a Londres-2012 como uma das líderes e mais experientes da equipe comandada por José Roberto Guimarães que faturou o bicampeonato olímpico em Londres.



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