Luíz Carlos Martins assume comando do Noroeste para o Paulistão

Luíz Carlos Martins durante visita à Bauru no BTC
Foto: Bruno Freitas / ECN


Rei do Acesso no Estado de São Paulo existe um só. E ele atende pelo nome de Luíz Carlos Martins. O treinador é um dos profissionais do esporte mais bem-sucedidos de Bauru, levando o nome da cidade para vários cantos do País em três décadas de carreira. A partir desta terça-feira (29) ele une forças com o maior patrimônio esportivo do município e assume o cargo de técnico do Noroeste. É a terceira passagem dele pelo clube, no qual treinou em 1995, 1998 e 2008.

Martins destaca que o trabalho precisa de união de forças. Ele deseja que o empresariado bauruense e a prefeitura também possam fazer parte desta corrente. Já a torcida, na qual ele conhece bem, Martins sabe que estará ao lado do clube apoiando irrestritamente.

Acostumado a treinar equipes da Elite do Paulistão Série A1 e times que brigam por acesso da Série A2, além das Séries B e C do Brasileiro, Martins trabalhou em elite dos estaduais do Nordeste e Rio Grande do Sul. Ao todo, conquistou 17 acessos, segundo seus cálculos, a maioria deles coroados com títulos, como o de 1995, com o próprio Noroeste (A3).

Martins recusou propostas de elites estaduais para seguir seu coração noroestino em 2020. O treinador sempre recebia pedidos dos conterrâneos, para que voltasse a treinar o Norusca. Recentemente, ele foi procurado por Estevan Pegoraro (presidente cessante), que foi o responsável por trazê-lo novamente ao Noroeste, com anuência de Toninho Rodrigues, que vinha sendo o presidente interino do Norusca, além de presidente do conselho deliberativo.

Luíz Carlos Martins já foi treinador do atual gerente de futebol do Alvirrubro, o ex-jogador Deda, no qual tem muita confiança e boa relação de trabalho. Eles se reunirão no fim da tarde desta terça-feira, após coletiva de imprensa de sua apresentação oficial (16h), para que, juntos, tragam os reforços de que o clube precisa.

Seu último clube foi a Portuguesa, na Série A2 do Paulistão deste ano. Anteriormente, ele teve a maior longevidade do Estado em sua segunda passagem pelo São Caetano, desta vez de quatro anos (2014 a 2018), levando o time novamente à Série A1 do Paulista (veja mais abaixo). No Azulão, ele bateu recorde de permanência e soma mais de 100 jogos (nas passagens de 1999 e 2014-2018).

"CHEGOU A HORA DE VOLTAR"

Aos 64 anos, Martins destaca que chegou a hora de voltar a trabalhar no time do coração, o Noroeste. "Sinto alegria, satisfação e muito orgulho em voltar ao Noroeste. Tenho comentado com todos que a camisa do Noroeste é muito forte e muito respeitada fora de Bauru. Já rodei bastante no futebol e todos conhecem o peso da camisa alvirrubra. Fiquei muitos anos trabalhando longe de Bauru e chegou a hora de voltar, ficar perto da família, dos amigos e também está na hora de o Noroeste disputar a Série A2. Recebi quatro convites, entre eles do Noroeste (via Pegoraro), e o coração falou mais alto. Confio no trabalho da diretoria que está reassumindo e o que eu puder fazer pelo Noroeste, vou fazer. Dedicação, vontade e amor ao trabalho no clube não vão faltar", comentou Luíz Carlos Martins, nesta segunda-feira, por meio da assessoria de imprensa do Noroeste.

Luíz Carlos Martins fez uma visita surpresa no clube durante a Copa Paulista de 2019. Assistiu a um treino, conversou com Deda e com os demais colaboradores do clube. Perguntou sobre a estrutura, alojamentos, alimentação e saiu dizendo que ficou muito satisfeito com o que viu.

CARREIRA

Luíz Carlos Martins recorda que a carreira de sucesso começou com seu primeiro trabalho, ainda foi fora do gramado, aos 14 anos, no antigo Posto Sem Limites, hoje Posto Graal, na rodovia Marechal Rondon, em Bauru. Depois ele passou a jogar na base do Noroeste, após ser aprovado em peneira. Na sequência, foi para o time júnior do Vasco, e voltou para ser profissionalizado no Norusca. Como volante, jogou ainda no Matsubara, Guaçuano entre outros times. Martins encerrou a carreira cedo, com 29 anos. Depois, ele iniciou sua trajetória de treinador, aos 30, no Clube Atlético Guaçuano (SP), onde pendurou as chuteiras depois  de três temporadas como capitão do time. Naquela sua primeira experiência, assumindo o clube na reta final da competição, ele livrou o Guaçuano do rebaixamento. Na segunda temporada como treinador, ele conquistou acesso com Rio Branco de Andradas (MG), na divisão de acesso do Mineirão. Depois disso, veio sucesso meteórico, no qual o torna um dos treinadores mais requisitados do País.

Em três décadas de carreira, a lista de times comandados por Martins é grande, e de peso. Além de São Caetano (2x), Portuguesa (2x) e Noroeste (chegando para sua terceira passagem), foi técnico também do Ituano, Mirassol (2x), Santo André, São Bernardo, Oeste (4x), Comercial, Marília, Paulista, Matonense, Bahia, Fortaleza (2x), América de Natal, Juventude (RS), Vila Nova, Remo entre outros.

Martins recorda que a única vez que foi auxiliar técnico foi no Corinthians, para atender pedido e trabalhar com o amigo Oswaldo Alvarez, o Wadão, em 2000.

No São Caetano, antes da última passagem, de quatro anos, Martins lembra um período importantes pelo Azulão, em 1999, onde montou a famosa equipe que conquistou o carinho do País, disputando a Copa João Havelange (2000) e fazendo a final nacional contra o Vasco da Gama. Para aquele grupo ele levou o também bauruense Claudecir, volante, ex-Noroeste, que depois foi destaque no Palmeiras e jogou no Japão. Martins deixou o comando pouco tempo antes da Copa João Havelange, entregando um timaço montado para o seu sucessor, o também competente Jair Picerni.

LICENÇA "A" EM DEZEMBRO

Martins já deixou acordado com a diretoria noroestina, no início da noite desta segunda-feira (28), um compromisso no qual ficará 12 dias ausente de Bauru, em dezembro, onde fará a segunda e última parte do seu curso de licença A da CBF, no Rio de Janeiro, que passa a ser obrigatória para todas as divisões a partir de 2021. Neste curso, onde já concluiu metade da etapa, Luíz Carlos Martins tira a licença A ao lado dos treinadores Dorival Junior, Fernando Diniz (São Paulo), Odair Hellmann (ex-Internacional (RS)), Guto Ferreira (Sport) entre outros. Em meados de 2020, depois do Paulistão, ele fará a etapa seguinte, a licença "Pro". Neste período de 12 dias o Norusca dará continuidade ao planejamento de treinos táticos previamente organizado por ele.


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